Tentei explicar à minha mãe o que era fritar. Que nós só fritamos em óleo, ou vegetaline se for possível, e que isto acontece quando pensamos de mais, que o nosso pequeno cérebro se liquidifica e faz bolhas e tudo, tal é o sobreaquecimento. Ela não percebeu, e diz-me que nós não estamos em idade de pensar, estamos em idade de fazer para depois relembrar os erros, e assim passando uma existência sem fritar. Porque todos sabemos que os fritos fazem mal, que devemos optar por grelhados, é mais saudável. Eu cá frito, com todo o direito a fritar [Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica./Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo./ Com todo o direito a sê-lo, ouviram? ]. Ainda esta semana fritei ao antecipar (com um certo negativismo, verdade seja dita) a não concretização de um sonho com alguma idade e pés para andar. Tal não se deu, e o sonho parece em vias de se tornar real, e assim os fritos vão dando lugar a pensamentos mais sãos. Agora estou mais numa de destilar visto encontrar-me dentro do carro em plena Lisboa e com o portátil no colo, mas como esta situação tem prazo de validade nem sequer me dá hipótese de começar a fritar. Ao telefone estão as outras duas fritas que já andam a gastar dinheiro ("mas é em artesanaaaaaato, estão a contribuir para o pequeno comércio"), e é um facto comprovado que as compras evitam fritanço. Aliás, faz falta uma tese sobre esta relação íntima. Vamos passar o fim de semana em compras, e como tal, livres de fritar. Ou assim o esperamos.
Saudações deste panado,
Douradinha
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